A importância da
hidratação era tamanha que se desenvolveu, e muito, o cultivo de plantações que
pudessem ser transformadas em líquido para "matar a sede" do povo. As
principais plantações, nesse sentido, foram os parreirais de uva, que,
esmagadas, viravam o famigerado vinho. Infelizmente, assim como a cerveja
fabricada nos campos, o vinho fermentava e adquiria um alto teor alcoólico, o que
para a massa não era um problema tão infeliz assim, afinal além de hidratar,
ele anestesiava, entorpecia e inconscientizava todos que dele faziam uso para
saciar a sede. Era dois por um, o povo ganhava e a produção aumentava.
O grande problema
era que antigamente não existia saneamento, nem mesmo o básico. O esgoto, nas
cidades, era aberto. O banheiro era uma "casinha" com um buraco no
chão, onde se acumulava tudo o que sobrava dos organismos das pessoas, das
famílias, das casas. Fezes, urina, vômito, enchiam esses buracos que eram
fechados com terra e encobertos após anos de uso, contaminando assim, todo o
lençol freático, o subsolo das cidades. A água tornava-se mais perigosa do que
o vinho.
Quando os
cidadãos procuravam o médico queixando-se de dores abdominais, vômitos,
náuseas, o médico receitava o vinho no lugar da água, pois a água estaria
contaminada, e o álcool ajudaria a matar os vermes, (é por isso que existe o
costume de servir água e vinho nos restaurantes até hoje, com a
"desculpa" de que a água tira o gosto de comida da boca para melhor
degustação do vinho).
Criou-se assim,
uma cicatriz genética em toda a sociedade, onde alcoolizar-se é o mesmo que
beber (o verbo tornou-se adjetivo). Saciar a sede com algo que não hidrata
(pelo contrário, desidrata) é idolatrado e legal(izado). Passar mais da metade
da vida amortecido, cozinhando, queimando de dentro pra fora por uma droga que
faz o organismo criar resistência , causando dependência a ponto de gastar até
o que não tem, é tão "normal" e social que gera uma receita absurda
no sistema capitalista atual, patrocinando os grandes do esporte com suas
arenas televisivas (iguais às lutas dos gladiadores nos coliseus da Grécia
antiga), as grandes do carnaval (festa da carne) brasileiro, com seus camarotes
e gente de pele (temporariamente) vermelha, sem stress, sem tensão, gente que
se diz alcoólatra, que idolatra o álcool, e não alcoolista, que depende do álcool...
O álcool é uma
droga depressora/ opressora, que relaxa o tecido muscular deixando o tecido
nervoso funcionando de acordo com o cérebro transformado pelo efeito dilatador
que sobe do fígado, igual ao efeito bruxuleante do calor no asfalto quando o sol
está escaldante, resultando, geralmente em violência, pois isso tudo incomoda o
organismo sem ele ter consciência disso. Acaba cansando, sem ter força
muscular, com apenas o sistema nervoso funcionando, entrando logo em seguida,
em inconsciência e deitando (desmaiando), o que é pior, pois a gravidade se
encarrega de uniformizar (espalhar) o efeito no organismo.
Lembrando que,
quando perceberam isso tudo e tentaram proibir, gerando um dos primeiros casos
de "pirataria" da história, todos tentaram enriquecer o próprio
capital sem pagar impostos, obrigando o surgimento de uma histórica "lei
seca" que quase culminou numa explosão “nuclear alcoólica”, pois o álcool
é inflamável, e transportavam às escondidas e sem segurança. O caminho é a
conscientização para o uso consciente. Chega de propaganda, marketing,
manipulação através de mídia. O álcool é inflamável e pode gerar uma guerra!
"A política
sempre foi discutida por homens, e doses cavalares de álcool!"
-Juscelino Kubitschek
- Thiago Lucas
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