UTFPR – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná
DAMAT – Departamento
Acadêmico de Matemática
DEPED – Departamento
de Educação
Curso de Licenciatura
em Matemática
Disciplina: Educação
e Tecnologia (optativa)
Aluno(a): Thiago
Lucas Silva
Data: 04/07/18
Síntese dos 3 primeiros capítulos do livro Homo Zappiens, de
Wim Veen e Ben Vrakking.
“Quando pela primeira vez
apresentei o fenômeno do Homo zappiens
como grande fator de mudança, ele já havia, em grande parte, entrado na
educação infantil e no ensino fundamental.” (VEEN, 2009, p. 13).
A educação e ensino fariam uso da
educação à distância, seus derivados com uso da tecnologia, as mídias digitais
e suas variações (como ferramentas de ensino e aprendizage) de um jeito ou de
outro, e iriam existir e acontecer mesmo sem a "criação" da termos
como "educomunicação e cibercultura" já expostos anteriormente,
inclusive do termo “Homozappiens”.
Esses autores são expoentes no assunto mas, estão apenas dando nomes bonitos
para partes de algo muito maior, a educação com uso da tecnologia, que iria
ocorrer de qualquer maneira, naturalmente, mesmo sem a interferência desses
expoentes. É isso que ocorre com o "Homo
Zappiens" também, é como se todo autor quisesse “puxar a sardinha” pro
seu lado. Quisesse ser o primeiro a marcar uma palavra nova, um termo
exclusivo, que fique na história e seja lembrado como se fosse o idealizador de
algo maior, que nem ele próprio consegue explicar, pois é algo que surgiu
naturalmente, devido a evolução da tecnologia, comunicação e informação. A
comunicação já é o quarto poder (legislativo, judiciário, executivo e “comunicativo”),
e sintetiza tecnologia de ponta com informação manipulada. “Vemos este mundo
que criamos, cuja interação global é rápida, por meio da mídia e da tecnologia
da comunicação, e reconhecemos que não poderíamos sequer chegar perto de tal
velocidade ou ter tanta informação se não dispuséssemos do que dispomos.” (p. 21).
Assim compreendendo, os autores desses termos (educomunicação, cibercultura, “Homo zappiens”, etc) parecem querer,
propositalmente e até deseperadamente, manipular a informação, alegando, em
todos os casos, serem os autores dos termos e dos estudos nesse sentido.
“Silenciosamente,
essa geração adotou a tecnologia e desenvolveu novas estratégias de
aprendizagem e de vida. E essas estratégias diferem tanto das gerações
anteriores que um novo ator está adentrando o palco da mudança educacional. (VEEN;
VRAKKING, 2009, p. 13).
“Dizem que as coisas mudam com o
tempo, mas é você que, na verdade, tem de mudá-las.” Andy Warhol.
“O que sabemos fazer, aprendemos
fazendo.” Aristóteles.
“Ela sequer cogita ler as
instruções.”. (p. 31). Sobre um pai ler o manual de instruções de um jogo
enquanto o filho finaliza o jogo, que o pai comprou pra entreter o filho.
Racionalismo contra o Empirismo. Pois o filho aprende na prática, fazendo uso
de habilidades quase inatas, como a técnica manual no caso, enquanto o pai procura
saber, antes, como desenvolver essa técnica...
“E apenas porque confiamos na
tecnologia que baseamos grande parte de nossas interações nela.”( p.21).
E hoje, temos novas profissões,
como os cientistas de dados, que exploram as propagandas direcionadas ao perfil
de navegação de cada usuário da grande rede/teia mundial, a internet.
A
nova geração, que aprendeu a lidar com novas tecnologias, está ingressando em
nosso sistema educacional. Essa geração, que chamamos geração Homo
zappiens, cresceu usando múltiplos recursos tecnológicos desde a infância:
o controle remoto da televisão, o mouse do computador, o minidisc e, mais
recentemente, o telefone celular, o iPod e o aparelho de mp3. O Homo
zappiens é um processador ativo de informação, resolve problemas de
maneira muito hábil, usando estratégias de jogo, e sabe se comunicar muito bem.
(...) o Homo zappiens quer estar no controle daquilo com que
se envolve e não tem paciência para ouvir um professor explicar o mundo de
acordo com suas próprias convicções. Na verdade, o Homo zappiens é
digital e a escola analógica. (VEEN; VRAKKING, 2009, p. 12).
Autores holandeses, país de primeiro
mundo, rico, falando do próprio país como modelo a ser seguido e como exemplo
de país com escolas ricas que podem tentar oferecer soluções para a educação
dos “Homo zappiens”...
Respostas
revolucionárias aparecem em países como a Holanda, em que um número pequeno,
mas crescente, de pais não mais considera as escolas tradicionais uma escolha
adequada para seus filhos. (VEEN; VRAKKING,
2009, p. 13).
"Em tempos de mudança, aqueles que
aprenderem herdarão a Terra, enquanto aqueles que já aprenderam encontrar-se-ão
esplendidamente equipados para lidar com um mundo que não mais existe." Eric Hoffer.
A indústria de jogos
eletrônicos já é 40 vezes maior do que Hollywood, para exemplificar a
importância desses jogos (positivamente citadas pelos autores), em comparação
aos filmes hollywoodianos, etc, tão utilizados, inclusive por professores em
geral. Uma possível resposta (ou um
caminho a a ser pesquisado para ) para melhorar a educação dos “Homozappiens”,
talvez gire em torno do problema que a Alemanha teve e enfrentou. A Alemanha
superou o problema de dez etnias diferentes (nazistas, comunistas,
neosocialistas, capitalistas, etc.) que brigavam o tempo todo (após a derrubada
do muro) com o investimento em esporte nas escolas. Dez etnias diferentes, em
dez anos, tornaram-se duas, que brigam saudavelmente agora, pelos seus times de
futebol do coração (Bayern de Munique e Borussia Dortmund). Inteligência
coletiva e investimento pesado do governo, solucionou o problema das etnias na
Alemanha e pode ser uma solução para as escolas ensinarem melhor os "Homo
zappiens", conforme os holandeses do texto sugerem...
É preciso ter muita
ciência quanto ao estudo das gerações, atualizar-se o máximo de tempo possível.
“Lidar com o tempo e com incerteza, com
a mudança e o desenvolvimento está se tornando a atividade mais valorizada:
essa atividade é a aprendizagem” (p. 24), e ter muita empatia para ensinar algo
a esses tais “Homozappiens”...
O que mudou é como valorizamos os
diferentes aspectos de nossas vidas. Já que não temos mais de nos preocupar com
alimentação, vestuário e abrigo, passamos a valorizar o entretenimento, a
criatividade e o status como algo mais importante. Se, contudo, observarmos
várias nações da Africa, ainda poderemos ver comunidades inteiras cuja
preocupação diária é a busca do alimento. (p.9).
“Passamos a entender
melhor os fatores de produção, tais como as matérias-primas, o trabalho e o
capital. O dinheiro em si tornou-se algo distante dos bens que representava.” (p.
22).
E o sal, que era um bem
incomensurável e incomparável, devido à preservar a comida (como a carne) na
inexistência de geladeiras, era o que passamos a considerar como salário...
Esse Z de “zappiens”,
deve ser por causa das gerações, geração Y, e, agora, geração Z. Aparentemente,
os autores tentam passar a ideia de que a geração Y está de passagem, e a
geração Z, está começando, a geração de “Homozapiens”,
ao invés dos “tradicionais” homo sapiens...
"As crianças sabem
que têm de ir à escola e fazer testes, mas a escola parece mais um lugar de
encontro de amigos, um espaço social, do que um lugar para aprender.” (p. 32).
Sendo que é socialmente
que se aprende!?! Que espécie de crítica será essa, feita pelos autores? Parece
muito com uma forma de expressar antiquarismo!
Atualizar-se eternamente,
é o que todos devemos fazer, instituições, professores, discentes, crianças,
cidadãos, e adaptar-se sempre: conforme Legião Urbana escrevia em seus discos
"força sempre", com a força sendo nossa capacidade de adaptação...
“Uma pesquisa
nacional da MSN demonstrou que o número médio de conversas que as crianças têm
ao mesmo tempo é de cerca de 10, e elas conseguem conversar abrindo e fechando
telas, enquanto uma barra de ferramentas colorida alerta que há uma resposta
esperando por eles.” (p. 31).
MSN nem existe mais, e
isso demonstra o fato de que nossas próprias criações são incontroláveis. Imprevisível
é o fato da propriedade caótica de nossas invenções ser latente no próprio fato
de que criamos para ser assim mesmo, utilizável sem ter certeza do “para quê”
criamos. O “savoir-faire“ (saber
fazer) fica sobresaliente para o “para quê”...
“-
Atividade, controle e imersão.” (p. 39). É o caminho a seguir para manter a
atenção dos jovens “Homozappiens”.
“Um dos maiores benefícios da tecnologia
foi o de que a informação não é mais uma mercadoria rara. Está disponível para
quase todas as pessoas em qualquer lugar do mundo e, mais importante, ao mesmo
tempo.” (p. 56).
“(...) a informação na internet é caótica
e qualquer pessoa pode escrever qualquer coisa on-line. (...) O problema da
confiabilidade das fontes da internet é uma questão temporária. O que
permanecerá do caos da internet é que nossas crianças aprenderão que a
informação é abundante e que vem de muitas fontes diferentes, mesmo das
não-confiáveis”. (p. 57).
A ordem e o caos, um não existe sem o
outro, e a ordem aqui seria o sistema linear de aprendizado, sem considerar o
aprendizado mais rápido que uma maneira caótica de aprender também pode
proporcionar.
Na Terapia Ocupacional,
por exemplo, o diagnóstico dos pacientes é feito da seguinte maneira: deixando
o paciente fazendo a atividade manual (geralmente uma tarefa manual, mas pode
ser uma tarefa física qualquer) e tentando um diálogo que exija raciocínio, se
o paciente precisar parar a atividade para responder, o terapeuta pode fazer um
diagnóstico, de acordo com o grau de dificuldade do racicínio exigido. O que
enaltece (e defende) o ponto de vista dos autores, que afirmam que os “Homozappiens” fazem múltiplas coisas ao
mesmo tempo.
Tentemos considerar
essas tarefas por outro ângulo. Adotando um ponto de vista positivo sobre a
questão, poderíamos defender a hipótese de que lidar com várias fontes de
informação ao mesmo tempo é uma habilidade valiosa quando se tem de lidar com
uma grande quantidade de informação. (p. 58).
“A consequência é que ele sabe processar informação
descontínua e fazer um resumo conciso dos vários canais a que assiste.” (p.
62).
“Pode ser, mas o Homo zappiens parece
pensar em estruturas de conceitos e na interrelação dos conceitos.” (p. 63).
“Em tais circunstâncias, não é ser
superficial não se concentrar nos detalhes, pelo contrário, é fundamental não
focar os detalhes para evitar perder-se na riqueza proporcionada pelas
informações disponíveis.” (p. 63).
Não ater-se ao mikron, tentar manter-se,
sempre, no makro. Para economizar tempo no aprendizado, esse é o perfil do “Homozappines” . O que ocorre é que a
“leitura dinâmica”, e feita por tópicos, tornou-se, praticamnte, obrigatória
nesse mundo de informação há um click de distância.
“Elas têm tanta prática na habilidade de
buscar informações voltadas a objetivos específicos que desenvolveram a
capacidade de usar uma variedade de palavras-chave para encontrar informações. Se
uma palavra-chave não funcionar, tente outras três.” (p. 68).
‘Tentamos aqui fazer algumas conexões
entre o comportamento do Homo zappiens e a aprendizagem, apresentando algumas
das principais habilidades que as crianças parecem desenvolver ao usar as
tecnologias de informação e comunicação.” (p. 70).
“Se a educação pudesse ter êxito em
combinar o jogo e a aprendizagem, as escolas poderiam se tornar o lugar de
encontro para as crianças, que hoje se sentem tão bem nos ambientes virtuais.”
(p. 71).
Se a Educação puder combinar a realidade
virtual, com a realidade de aprendizagem, as escolas poderão ser o lugar em que
as crianças vão, com o memso objetivo de aprender mais, e mais rápido. Quase
uma igreja (no sentido comunidade da palavra) voltada à capacitação,
prosperidade, evolução, conhecimento...
Com o aparecimento do homem de ação,
o vigor explosivo do movimento é embalsamado e confinado em instituições santificadas.
O movimento religioso cristaliza-se em hierarquia e ritual; o movimento
revolucionário, em órgãos de vigilância e administração; o movimento
nacionalista, em instituições governamentais e patrióticas . O estabelecimento
de uma igreja marca o fim do espírito reavivador; os órgãos de uma revolução
triunfante liquidam a mentalidade e a técnica revolucionárias; as instituições
governamentais de uma nação nova ou reavivada põem um fim à beligerância
chauvinista. As instituições congelam o padrão de ação unida. Os membros do corpo
coletivo institucionalizado devem agir como um só homem, mas precisam
represep.tar uma agregação afrouxada e não uma coalisão espontânea . Precisam
ser unificados apenas pela sua inquestionável lealdade às instituições. A
espontaneidade é suspeita, e o dever é venerado acima da devoção. (HOFFER,
1968, p. 145)
Referências:
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo Zappiens: educando na era digital.
Trad. de Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2009.
HOFFER, Eric. Fanatismo e movimento de massa. Belo
Horizonte: Lidador, 1968.
- Thiago Lucas